Thursday, September 17, 2009

O homem Camaleão (Continuação)

Mas não podia ser um sonho…. Tive a certeza de o enterrar. Vi-o morto, quedo e sem cor, deitado naquele caixão. Beijei-o uma última vez e senti a frieza da morte na sua pele.
Ele não poderia estar aqui. Não agora, não hoje. Agora que a viuvez tomara conta de mim, agora que finalmente assumira esse papel tão venerável da vida eis que surge ele do Inferno (provavelmente) para me afrontar. Para me provar que os meus planos nada valem contra a vontade de um morto.
- Rita, não quero este vestido azul. Quero o preto, o das ocasiões especiais.
- Mas senhora, o senhor não morreu.
- Morreu sim Rita.
- Mas acabei de o ver senhora.
- Não, o que viste foi a sua alma penada que veio para me infernizar.
- E o que vai fazer agora senhora?
- Vou matá-lo segunda vez.

Wednesday, September 2, 2009

Quando eu era criança...

Quando eu era criança...os pés descalços na terra molhada da manhã, na serra da estrela, fazia o meu olhar tocar o céu.
O Beijo do orvalho das rosas passava-me rente à pele na sombra fugidia da montanha.
Um dia voei e abracei o mar. Senti que a vida chegara e não a queria. Tudo era tão bom e tinha que partir...ficar longe da relva.